Pelas ruas meia desertas,com algum frio à mistura e uma boa dose de optimismo, caminhamos para casa com The Cardigans e Long Gone Before Daylight reeditado num saco bem protegido (uma daquelas compras impulsivas que fazem todo o sentido). Não queremos que um dos melhores álbuns de sempre não conheça a alegria de ser tocado pela agulha do gira-discos.
Long Gone Before Daylight (o platinado nº1 na Suécia) chegou aqui a casa cheio de memórias de histórias terminadas, inacabadas e outras que não passaram apenas de imaginação. Ao olharmos directamente para a capa, sentimos que estamos rodeados de amigos no aconchego de uma noite de conversas filosóficas e de opiniões bem vincadas, no Museu d'Avó, por entre a penumbra das velas, das tapas e copos de vinho tinto que não param de chegar à mesa debaixo de um candelabro.
Communication abre a discussão, logo após o líquido ter deslizado para dentro de um copo, e, em 2021 tal como em 2003, continua a fornecer inúmeras questões sobre o que significa estar em comunicação com outro. Por entre ligações reais e virtuais, em que estamos com a função ocupado ou ausente, ligamos e desligamos as nossas ligações e queremos ter a certeza que não perdemos tempo em época de ligações rápidas. Mas, se pensarmos bem, podemos não ter aprendido a esperar, tal como quando ligávamos o nosso modem de 56Kb, perdíamos a ligação e tentávamos, incessantemente, voltar a comunicar.
O segundo copo de vinho, vem trazer as metáforas bélicas que o Amor é perito em usar. Em You're The Storm somos um país que busca ser conquistado, que procura ser feliz mas cuja a sua história é feita de longas e tortuosas guerras. Apesar disso, acreditamos que é essa história que leva à conquista de fronteiras que se esbatem quando nos apaixonamos, formando um único, não perfeito, mas feliz, território.
Com uma edição dupla em vinil de 180 gramas, abrimos a segunda garrafa para colocarmos o segundo disco após termos observado as fotos do quinteto em grande formato. A seguir a um breve silêncio, For What It's Worth irresistivelmente remete-nos para uma manhã primaveril, sentimos uma esperança sem fundamento, mas que nos faz sorrir. Terminamos com 03:45 No sleep e na terceira garrafa, sem que a conversa a dois tenha perdido sentido. Parece que, apesar de todas estas distrações, conseguimos comunicar melhor que nunca.
Long Gone Before Daylight vai perdurar, pela noite dentro ... com a mensagem do 4º álbum destes suecos simpáticos, que nos trouxeram, ao longo de vários anos, hits pop em filmes dramáticos, como Lovefool, conduções loucas em My Favourite Game e colaborações únicas como Burning Down the House com Tom Jones, e que já falámos num tempo em que este blog era ainda uma criança (lembras-te?).
Inglês / English
Through the half-deserted streets, with some cold mixed with a good dose of optimism, we walk home with The Cardigans and Long Gone Before Daylight reissued in a well-protected bag (one of those impulsive purchases that make perfect sense). We don't want one of the best albums ever to experience the joy of being touched by the turntable's needle.
Long Gone Before Daylight (the platinum No. 1 in Sweden) arrived here full of memories of finished, unfinished stories and others that were just imagination. As we look directly at the cover, we feel that we are surrounded by friends in the warmth of a night of philosophical conversations and well-defined opinions, at Museu d'Avó, amidst the dim light of candles, tapas and glasses of red wine that never stop coming to the table under a chandelier.
Communication opens the discussion, right after the liquid has slipped into a glass, and in 2021 as in 2003, it continues to provide numerous questions about what it means to be in communication with another person. Between real and virtual calls, in which we are busy or absent, we connect and disconnect our calls and we want to make sure that we don't waste time in times of fast connections. But, if we think about it, we may not have learned how to wait, such as when we used to connected our 56Kb modem, we lost the connection and tried, incessantly, to communicate again.
The second glass of wine brings the warlike metaphors that Love is used to. In You're The Storm we are a country that seeks to be conquered, that seeks to be happy but whose history is made up of long and tortuous wars. Despite this, we believe that it is this story that leads to the conquest of borders that become blurred when we fall in love, forming a unique, not perfect, but happy, territory.
With a double edition on 180 gram vinyl, we open the second bottle to place the second disc after having seen the pictures of the quintet in large format. Following a brief silence, For What It's Worth irresistibly reminds us of a spring morning, we feel a hopeless hope, but one that makes us smile. We ended with 3:45 am No sleep and the third bottle, without the conversation between the two having lost any meaning. It seems that, despite all these distractions, we can communicate better than ever.
Long Gone Before Daylight will continue, into the night ... with the message of the 4th album of these nice Swedes, who brought us, over several years, pop hits in dramatic films such as Lovefool, crazy driving in My Favorite Game and collaborations as Burning Down the House with Tom Jones, and we talked about in a time when this blog was still a child (remember?).
Dedicado a / Dedicated to:Diana, my friend and reader, ich wünsche dir das Beste!
You said I must eat so many lemons, 'cause I am so bitter. I said "i'd rather be with your friends mate, 'cause they are much fitter"
Português/Portuguese
Foundations de Kate Nashnunca fez tanto sentido como agora...nem quando estávamos apaixonados durante aquela idade da inocência ou, até mesmo, durante os nossos famosos twenties em que,para nós, o mundo era uma infindável lista de possibilidades, que se foram desvanecendo com o tempo.
Estamos, agora, naquele momento em que o nosso amor foi encontrado e, com o qual, temos que partilhar todas aquelas coisas fofas que, no início, achávamos que seriam tão características e que não as trocávamos por nada ... até hoje! Podemos dizer, amo-te tal como és, porque te vejo ao fim do dia e a saudade fica mais apertada; mas agora, gostávamos de dizer amo-te tal como és, mas se mudares esta coisinha pequenina, vou gostar ainda mais. Exemplos? Que tal lavares a loiça? Parares de comer e fazeres migalhas quando estou em vídeo chamada ou, se calhar, parares de ouvir essa música de uma vez por todas? Estamos a entrar num colapso em que o amor e uma cabana pode não chegar, em que vamos buscar aquelas ironias infantis que, maldosamente, nos podem trazer por breves momentos durante a semana, alguma a alegria/tristeza.
Este single, que chegou ao Top 10 do Reino Unido, num ano particularmente especial na música (2007), entre cantores conhecidos pelo MySpace e Youtube e alguns mp3 espalhados pelos programas peer to peer nos fazia pensar se os nossos corações estavam destinados ao que tínhamos ao lado. Ainda, trouxe à tona aqueles sentimentos de revolta e de vergonha, com um travo de ironia em atos impensáveis. Uns anos volvidos, Kate Nash traz, docemente, a questão se podemos ou não esquecer os detalhes de que a vida são feitos. Será por isso que este álbum se chamou Made of Bricks (UK nº1)? Talvez ...
O que é certo é que esta casa, hoje, foi construída a dois e não pode, de alguma maneira, ser derrubada por aquela vontade de te deixar na sala com a janela aberta para aprenderes a não beber tanto Casal Garcia a uma quarta-feira. Ou então, não teres um jantar pronto a horas simplesmente porque te apeteceu estar a ver mais um episódio daquela série absurda na Netflix sobre sexo que não podemos ter, já que temos muita gente à nossa volta.
Afinal, a semana está a meio e, na sexta-feira, vamos esquecer estes pormenores ridículos e lembrar o quanto este amor nos faz feliz (mesmo sem ter levantado a tampa da sanita durante 4 dias ou ter sujado o chão com toda aquela comida vegetariana que decidimos fazer depois de ver um programa no 24 Hour Kitchen).
This ... is what love is all about!
English/Inglês
Kate Nash's Foundations has never made more sense than now ... not even when dating during that age of innocence or even during our famous twenties when, for us, the world was an endless list of possibilities, gone fading over time.
We are now in that moment when our love was found and, with whom we have to share all those cute things that, in the beginning, we thought would be so characteristic and that we would not exchange them for anything ... until today! We can say, I love you the way you are, because I see you at the end of the day and the longing gets tighter; but now, we would like to say I love you the way you are, but if you change this little thing, I will like you even more. Examples? How about washing the dishes? Stop eating and making crumbs when I'm on a video call, or maybe stop listening to that song once and for all? We are entering a collapse in which love and a hut may not be enough, in which we seek those childish ironies that, maliciously, can give us some joy / sadness for brief moments during the week.
This single, which reached the UK's Top 10, in a particularly special year in music (2007), among singers known for MySpace and Youtube and a few mp3s spread across peer to peer programs made us wonder if our hearts were destined for what we had next to us. Still, it brought up those feelings of revolt and shame, with a touch of irony in unthinkable acts. A few years later, Kate Nash sweetly raises the question of whether or not we can forget the details of what life is made of. Is that why this album was called Made of Bricks (UK # 1)? Maybe ...
What is certain is that this house, today, was built by two and cannot, in some way, be overthrown by that desire to leave you in the room with the window open for you to learn the lesson of not to drink so much Casal Garcia on a Wednesday. Or, not having a dinner ready on time simply because you felt like watching another episode of that absurd series on Netflix about sex that we can't have, since we have a lot of people around us.
After all, the week is almost over and, on Friday, we will forget these ridiculous details and remember how happy this love by our side makes us (even without having lifted the toilet lid for 4 days or having soiled the floor with all that vegetarian food you decided to make after watching a program on 24 Hour Kitchen).
Let me re-, let me reintroduce myself Case you forgot, no, I'm not records on your shelf
Português/Portuguese
Em 2021, após momentos de alguma energia bem negativa, reparamos que não somos aqueles que éramos em 2007, mas mantemos toda a nossa originalidade, com um travo bem mais clássico, qual vinho do Porto, qual quê? Mas será mudámos realmente?
(Provavelmente,) NÃO! E ainda bem... não temos que, agora, ter medo da nossa originalidade e do que somos, pensamos, cremos e gostamos. Assim, Let Me Reintroduce Myself, em estilo que combina reggae, ska, pop é um sing-a-long que remete a tempos de pôr do sol, uma caipirinha e uma areia bem branca. Para além disso, prova que quando avançámos pelos anos da nossa vida, reparamos que cada momento de lá atrás, ficou presente no nosso futuro (seremos sempre uns 90's kid?). Tal como Gwen Stefany, que dispensa apresentações, também nós passámos por momentos musicais apaixonantes bem diferentes, mas que nos fazem aquilo que somos hoje, pois tivémos aquelas histórias tristes de Cool e já dançámos até de manhã bem mais ricos do que estamos hoje ...
Em suma, o single que chegou ao #17 no Billboard US Digital Sales, apenas serve de aperitivo ao próximo álbum desta que vem, desde 1996, dizendo que era apenas uma menina (I'm Just A Girl), mas que soube, muito bem, como transformar o mundo, quando se tornou a lenda urbana de Hollaback Girl.
Inglês/English
In 2021, after moments of some very negative energy, we noticed that we are not the ones we were in 2007, but we keep all our originality, with a much more classic taste, Port Wine, or what? But did we really change?
(Probably) NOT! And thankfully ... now, we don't have to be afraid of our originality and what we are, think, believe and love. Thus, Let Me Reintroduce Myself, in a style that combines reggae, ska, pop is a sing-a-long that refers to times of sunset, a caipirinha and very white sand. Furthermore, it proves that when we went through the years of our life, we noticed that every moment from there, was present in our future (will we always be some 90's kid?). Like Gwen Stefany, who needs no introduction, we also had very different passionate musical moments, but they make us what we are today, because we had those sad stories from Cool and we danced until the morning much richer than we are today ...
In short, the single that reached #17 on the Billboard US Digital Sales, only serves as an aperitif to the next album of this girl, who since 1996 has been saying that she is just a girl (I'm Just A Girl), but that she knew, very well, how to transform the world, when became the urban legend of Hollaback Girl.
(Português) Devido à nova imagem do blog, todos os posts anteriores a 2017 podem surgir com formatação diferente. Um novo ano, uma nova vida, nova música, nova imagem!
(English) Due to the new image, all posts prior to 2017 may come up with a different format. A new year, a new life, new music and new image!